Na ONU, Bolsonaro afirma que Amazônia tem 32% de redução no desmatamento e Imazon desmente

 Na ONU, Bolsonaro afirma que Amazônia tem 32% de redução no desmatamento e Imazon desmente

Presidente Jair Bolsonaro durante discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. (Foto: AFP)

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Victória Sales – Da Cenarium

MANAUS – O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), durante discurso na 26ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira, 21, afirmou que o Brasil tem grandes desafios ambientais, e que, com o fortalecimento dos órgãos ambientais, o desmatamento ilegal na Amazônia reduziu 32%, mas dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) desmentem a fala do chefe do Executivo.

De acordo com Bolsonaro, nenhum País do mundo tem uma legislação ambiental tão completa que nem a do Brasil. “Nosso código florestal deve servir de exemplo para outros países. O Brasil é um País com dimensões continentais, com grandes desafios ambientais. São 8,5 milhões de km², dos quais 66% são de vegetação nativa, a mesma desde o seu descobrimento em 1500, somente no bioma amazônico, 84% da floresta está intacta”, afirmou o presidente no discurso.

Dados

Segundo dados informados pelo Inpe, em agosto, a área desmatada foi 7% maior que o mesmo período do ano anterior. De janeiro a agosto de 2021, cerca de 7.715 km² foram desmatados, sendo 48% maior que o mesmo tempo em 2020. O Imazon destacou ainda que a área equivale a cinco vezes o tamanho do Estado do Belo Horizonte, somente em agosto.

O instituto ressalta ainda que essa é o maior índice para o mês em 10 anos. Com 1.606 km² de floresta destruída, agosto foi o quinto mês em 2021 que o desmatamento ilegal atingiu o pior cenário desde 2012. Sendo os meses de março, abril, maio e julho, o que indica que as medidas tomadas para combater a derrubada não conseguiram baixar o ritmo do dano ambiental.

“Se quisermos evitar que o ano feche com a maior área desmatada da década, precisamos urgentemente adotar ações mais efetivas, como aumentar o embargo de terras já desmatadas ilegalmente e intensificar operações de fiscalização, com a devida punição dos desmatadores”, alerta Antônio Fonseca, pesquisador do Imazon.

Esta é a terceira vez que o presidente discursa no evento. No ano anterior, Bolsonaro se defendeu das críticas relacionadas à gestão do governo federal em relação à pandemia da Covid-19, o qual afirmou que a imprensa estava “politizando” o vírus e disseminando o pânico na população. Já em 2019, Jair fez ataques diretos a outros líderes internacionais, como o de Cuba e o da Venezuela, além de atacar também a própria ONU.

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