Floresta Amazônica continua queimando e supera ‘Dia do Fogo’ registrado em 2019

 Floresta Amazônica continua queimando e supera ‘Dia do Fogo’ registrado em 2019

Queimadas no sul do Amazonas continuam gerando nuvens de fumaça (Reprodução/Windy)

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Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS – Os primeiros dias de setembro já superam o índice de queimadas registrados na Floresta Amazônica em 2019, quando o dia 11 de agosto passou a ser conhecido como “Dia do Fogo”. No último domingo, 4, véspera do Dia da Amazônia, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 3.393 focos de incêndio.

O índice supera em 43,4% o mesmo de focos registrado em 2019, quando as queimadas ilegais foram tão fortes que chegaram a transformar o dia em noite em algumas cidades pelo Brasil, nuvens densas de fumaça foram levadas pelos ventos para a Região Sudeste do país.

Avenida de São Paulo às 15h49 do dia 19 de agosto de 2019 (Reprodução)

No primeiro dia de setembro, o Inpe registrou 2.076 alertas, no dia seguinte, 2, houve aumento de 40,8%, com 3;333 alertas; No dia 3, foram 3.331 alertas e no dia 4 foram registrados 3.393 focos de incêndio na região Amazônica.

Na época do “Dia do Fogo“, agropecuaristas do Pará combinaram a data para incendiar áreas de pasto e recém-desmatadas. Já em 2022, segundo especialistas, as queimadas registradas na Região Sul do Amazonas e nos estados do Acre e Mato Grosso fazem parte de incêndios ilegais que se juntam à alta carga de poluição atmosférica produzida pela cidade.

Em agosto, os dados do Inpe já apontavam para uma alta nos focos de incêndio, no entanto, foi nos primeiros dias de setembro que os alertas foram superados, e a perspectiva de especialistas é de que o cenário seja ainda mais grave. “Quase todos, senão todos os incêndios na Amazônia têm ação antrópica, ou seja, são promovidos pelo homem“, comenta Rômulo Batista, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil.

Com exceção de anos com seca extrema, como a vista em 2005, cerca de 99% das queimadas na Amazônia não são naturais. Cortam a floresta, derrubam e deixam tudo no chão por meses secando, para, posteriormente, essa área receber o fogo“, explica o porta-voz do Greenpeace.

De acordo com o Greenpeace, de todos os focos de calor registrados até o dia 31 de agosto, 43% ocorreram apenas em dez municípios amazônicos, sendo cinco dele localizados na região entre Amazonas, Acre e Rondônia, considerada a nova fronteira de expansão do arco de destruição na Amazônia e que vem acelerando as taxas de desmatamento e queimadas.

Nuvem de Fumaça

A cidade de Manaus amanheceu no dia 20 de agosto com uma nuvem densa de fumaça. Na data, também foram registrados índices superiores ao “Dia do Fogo“, no dia 22 foram 3.358 focos de incêndio e no dia 24 foram 2475.

As regiões onde foram alocados os registros ficam próximos ao Rio Madeira, Baixo e Alto Madeira, além do Sul do Amazonas. O ambientalista Carlos Durigan disse à REVISTA CENARIUM que no ano passado, o fenômeno La Ninã conseguiu mascarar parte do calor, pela influência direta nas chuvas da região, mas que este ano, o cenário será mais crítico.

Fumaça permanece na capital Amazonense há mais de 15 dias (Ricardo Oliveira/CENARIUM)

Provavelmente, nós teremos um verão mais seco que no ano passado, e é possível que com isso, nós tenhamos um aumento expressivo, no número de queimadas, se as ações de prevenção e controle não tiverem força”. Conforme o especialista, os efeitos danosos são inúmeros tanto para o meio ambiente, quanto para a saúde da população em geral.

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