Repercussão com Wallace faz diretor pensar em 2ª fase de ‘Bandidos na TV’

 Repercussão com Wallace faz diretor pensar em 2ª fase de ‘Bandidos na TV’

Wallace Souza foi o tema central da primeira temporada da série “Bandidos na TV” (Reprodução/Netflix)

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Da Redação – Para Portal Amazonas1

Manaus — O diretor do documentário “Bandidos na TV” ou “Killer Ratings” (em língua inglesa), da Netflix, jornalista Daniel Bogado, informou que já estuda a produção da segunda temporada do seriado, após grande repercussão dos episódios da primeira fase da série que tratou do “Caso Wallace.”

Transmitida mundialmente pela TV por streaming, a série teve a sua estreia nesta sexta-feira, 31 de maio, ficando no trending topics do Twitter e do Facebook, além de aparecer na lista dos assuntos mais pesquisados do Google, entre os dias 31 de maio e 1 de junho.

“Ficamos muito felizes com a grande repercussão do documentário que não se limitou ao Amazonas e ao Brasil, mas a outros lugares do mundo. Já havia interesse em se produzir a segunda temporada e, após essa repercussão, começamos a avaliar a continuidade”, revelou, em entrevista ao Portal Amazonas1.

A nova temporada de “Bandidos na TV”, de acordo com Bogado, deverá seguir a mesma linha jornalística e neutra dos sete episódios da primeira temporada. Já o enredo central da produção não será mais a história do ex-deputado Wallace Souza.

Assim como ocorreu nos primeiros episódios, a continuidade do seriado – se confirmada – será produzida de forma sigilosa, sem a divulgação das datas de início do projeto ou mesmo os locais de apuração. “Ainda é cedo para falar sobre isso, mas tudo pode acontecer”, afirmou.

Reviravoltas

Sobre a primeira temporada de “Bandidos na TV”, Daniel Bogado disse que a história teve uma “premissa cativante”. “Um apresentador que, supostamente, matou pessoas para transmitir as mortes no seu programa. Mas quando começamos a pesquisar, constatamos que isso é apenas o ponto de partida. Os acontecimentos seguintes são repletos de reviravoltas e choques”, afirmou.

A história central se baseou exclusivamente na biografia de Wallace Souza, um ex-policial que virou apresentador de um programa policialesco, o Canal Livre, e depois conseguiu se eleger como um dos deputados estaduais mais votados da história do Amazonas.

No auge da carreira como apresentador e parlamentar, ele foi denunciado por suspeita de chefiar um grupo de extermínio e associação para o tráfico de drogas, que mandava matar rivais para aumentar o seu domínio e expor no programa de TV.

Com as matérias policiais sobre crimes bárbaros, Wallace conseguia aumentar sua audiência e, consequentemente, sua popularidade, segundo a denúncia de membros da Força Tarefa, ligados ao governo do Amazonas.

Morto em 2010, por conta de uma grave doença, Wallace nunca foi julgado pelos crimes, dos quais foi acusado. Ele negava as acusações e se dizia vítima de perseguição política. O deputado atuava na Assembleia Legislativa do Estado (ALE/AM), como oposição e, também, integrou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a prática de pedofilia no município de Coari (a 362 quilômetros de Manaus).

Participação

Por ter atuado de forma ampla na cobertura do Caso Wallace, a editora executiva do Portal Amazonas1, jornalista Paula Litaiff, foi convidada pelo diretor Daniel Bogado para contribuir com informações no documentário, tendo como base as matérias escritas pela profissional, no período de  2009 a 2010. 

“A produção da série fez pesquisas no material jornalístico da época e se interessou pelos dados encontrados no jornal Diário do Amazonas, empresa para a qual eu trabalhei na fase em que se deu o Caso Wallace”, explicou, a jornalista que era repórter das editorias de Polícia e Política.

Em seu perfil do Facebook, Paula Litaiff  relembrou do apoio dos jornalistas Sérgio Bartholo, Ana Claudia Leocádio e Márcia Guimarães, à época, diretor de Redação, editora executiva e editora de Política do jornal Diário do Amazonas, respectivamente.

“Nada do que foi falado por mim, na Netflix, ou publicado, com a minha assinatura, seria possível, se eu não tivesse o auxílio desses três grandes jornalistas. É preciso lembrar, também, que eu e outros repórteres tivemos dos donos do jornal, total liberdade para trabalhar de forma imparcial”, completou.

A jornalista destacou, também, o brilhantismo profissional de Daniel Bogado e de membros de sua equipe, entre eles, Hélida Tavares e Wânia Lopes. “Eles mostraram e provaram que é possível fazer o jornalismo do “ponto-contraponto”, sem pré-julgamentos e com o próprio leitor/telespectador tirando suas conclusões.”

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