ESPECIAL AMAZÔNIA Auxílios que salvam e o drama de quem empreende

 ESPECIAL AMAZÔNIA Auxílios que salvam e o drama de quem empreende

Na Amazônia Legal, até 2020, mais de 10 milhões de pessoas haviam recebido o benefício, o que somou R$ 33 bilhões (Sérgio Lima/Poder360)

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Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – Diante do cenário da pandemia do novo coronavírus, mesmo com benefícios sendo considerados insuficientes por especialistas, o auxílio emergencial do governo federal veio para dar certo alívio e suporte às famílias de baixa renda. É destinado a trabalhadores informais, autônomos, microempreendedores individuais e desempregados que sofrem os efeitos econômicos provocados pelo novo coronavírus.

O benefício começou a ser pago em abril de 2020 e foi dividido em três parcelas no valor de R$ 600. Em junho daquele ano, foi prorrogado para mais duas parcelas de R$ 600. A mulher que é mãe e chefe de família teve direito a receber R$ 1,2 mil, por mês.

Na Amazônia Legal, até dezembro de 2020, mais de 10 milhões de pessoas haviam recebido o benefício, o que somou R$ 33 bilhões. O número corresponde a 36,8% da população estimada da região, no ano passado.

Entre os Estados da região, Pará, Maranhão e Amazonas tiveram mais beneficiados, com 7,6 milhões de pessoas recebendo o auxílio.

O economista Origenes Martins ressalta que o auxílio emergencial é o único recurso que a população abaixo da linha da pobreza tem para se manter (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

Além do auxílio emergencial, a maioria dos governos estaduais da Amazônia Legal anunciou benefícios para complementar a renda das famílias menos favorecidas em 2020. Dos nove Estados da região, três – Maranhão, Mato Grosso e Pará – não anunciaram algum tipo de auxílio emergencial, no ano passado.

Entre os sete Estados que anunciaram auxílios estaduais, o que pagou por mais tempo foi o Acre, que concedeu o auxílio de maio até dezembro de 2020.

Para o sociólogo Luiz Antonio Nascimento, a importância dos auxílios às famílias de baixa renda é garantir, primeiramente, que as pessoas passem por esse momento difícil de crise econômica e social com acesso ao básico da alimentação. “Veja, cada um desses reais destinados às famílias, o destino é o comércio. A compra e venda de alimentos. Ainda que o sujeito possa comprar um celular ou qualquer outra bobagem, a maioria desse dinheiro vai para os super-mercados”, destaca o especialista.

Além disso, o sociólogo destaca ainda que, os auxílios injetam mais dinheiro nos cofres públicos e movimentam a economia. “Quando esse dinheiro entra no mercado, ele está gerando imposto, que volta para o bolso do estado. Está movimentando a economia porque você garante que aqueles alimentos sejam comercializados e que demandem novos alimentos”, esclareceu Luiz.

O economista Orígenes Martins Júnior reforça a ideia da necessidade e importância de que recursos financeiros sejam direcionados para as populações mais pobres, mas apontou um contraponto. “Este é o único recurso que a população abaixo da linha da pobreza ainda tem, além das doações, para se manter. Em termos negativos, se olhar do ponto de vista unicamente econômico, causa um aumento da dívida pública, porém este risco é justificado pelo bem social que o auxílio representa”, destacou o especialista, que é professor de economia há 30 anos.  

(Arte: Guilherme Oliveira/Revista Cenarium)

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