Festival3i: debate aborda a resistência sociopolítica de mulheres indígenas em Manaus

Paula Litaiff participou da mesa “Dados & Tendências: Violência Política e de Gênero contra Mulheres Indígenas em Manaus” (Ronaldo Nina)
MANAUS (AM) – A Associação de Jornalismo Digital (Ajor) promoveu, entre os dias 5 e 8 deste mês, a 6ª edição nacional do Festival de Jornalismo Inovador, Inspirador e Independente, (Festival 3i), na Faculdade ESPM Vila Aymoré, no Rio de Janeiro (RJ). A programação contou com cerca de 100 atividades, com mais de 120 palestrantes de diversas regiões do País e do mundo, entre eles jornalistas da CENARIUM.

O evento promoveu debates sobre o futuro do Jornalismo a partir de inovações, diversidades, tecnologias contemporâneas e ancestrais, da colaboração e da liberdade. A CENARIUM, uma das colaboradoras da 6ª edição e convidada a participar do evento, teve como representantes a jornalista e analista de mídias sociais Maria Eduarda Furtado e a diretora-geral Paula Litaiff, que também será palestrante.
A diretora-geral da CENARIUM, Paula Litaiff, participou da mesa “Dados & Tendências: Violência Política e de Gênero contra Mulheres Indígenas em Manaus”. Fundadora da CENARIUM, veículo de comunicação especializado em temáticas socioambientais com foco nos povos tradicionais, Paula abordou a trajetória de lideranças femininas de diversas etnias que vivem no Parque das Tribos, um dos maiores bairros indígenas do Brasil em Manaus (AM).
“A pesquisa surgiu a partir de reportagens realizadas pela CENARIUM, que revelaram a realidade de mulheres responsáveis pela fundação de uma comunidade indígena em Manaus, dentro da perspectiva do conceito de ‘corpo-território’, cunhado pela primeira escritora indígena do Brasil, Eliane Potiguara, em 2004”, explicou Litaiff.

Maria Eduarda participou de um case com o tema “A chegada de brasileiros deportados dos EUA”. O vídeo publicado com exclusividade pela CENARIUM, em janeiro deste ano, mostrou imigrantes deportados do País americano desembarcando no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, na capital Manaus (AM), algemados.
Maria Eduarda afirmou que levou ao público os bastidores da apuração da reportagem que ganhou repercussão nacional e internacional. A apresentação aconteceu na sexta-feira, 6.
“Eu não esperava que tanta gente fosse querer saber os bastidores daquela apuração. Não que eu esteja diminuindo o meu trabalho, mas era inimaginável que uma instituição como a Ajor fosse querer que eu abordasse o assunto em um evento tão grande. Fiquei muito honrada, acho que é importante falarmos sobre a violação dos direitos humanos que ocorreu quando os deportados chegaram aqui [em Manaus]”, disse.

A coordenadora de projetos da Ajor, Gessika Costa, ressaltou a importância do evento e o que representa a participação da CENARIUM, um veículo de comunicação da Amazônia, no Festival 3i.
“O Festival 3i é o festival das oportunidades, uma vez que reúne, durante três dias, empreendedores de mídia, estudantes e pesquisadores que buscam trocar experiências, aprender novas práticas, e traçar caminhos para garantir que o jornalismo inovador, inspirador e independente continue vivo, contando histórias e inspirando outros profissionais“, declarou. “A presença da CENARIUM no evento é crucial porque contribui para inspirar outras iniciativas amazônidas a crescerem, florescerem e ocuparem espaço“, concluiu.

Festival 3i
Com ingressos esgotados, a 6ª edição do Festival 3i tem como um dos temas a Inteligência Artificial (IA). A mesa de abertura, que aconteceu na quinta-feira, 5, levou especialistas para discutir possíveis cenários de inovações e uso dessa ferramenta em redações de veículos de comunicação.
Participaram da mesa de abertura Karen De La Hoz, responsável de Produto e líder de IA no veículo colombiano La Silla Vacía; Ana Paula Valacco, gerente de programa e líder de engajamento na JournalismAI; e Juan Pablo Marín Díaz, cientista de dados e fundador da Datasketch, que cria ferramentas de IA para ajudar jornalistas.
Além dos formatos tradicionais das últimas edições do Festival 3i, como mesas, cases, oficinas e dados, e tendências, o Festival 3i 2025 também conta com uma nova atividade, chamada “Diálogos e Tendências”, em que dois debatedores abordam um tópico específico a partir de pesquisas e experiências.
Um dos destaques do formato será a sessão “Influência, opinião e jornalismo: novos caminhos em tempos de algoritmos”, com o jornalista Guilherme Amado, publisher do Amado Mundo e colunista do Platô, e o jornalista e pesquisador da Universidade Federal Fluminense, Gilberto Scofield. Os especialistas vão conversar sobre as figuras dos newsfluencers na disseminação de informação e como os algoritmos moldam a opinião pública.
As oficinas trazem uma experiência prática aos participantes, como formulação de modelos de conversão e monetização de audiência, criação de conteúdos para YouTube e TikTok, gestão financeira, boas práticas para newsletter, estratégias para conteúdo centrado na audiência e pesquisa de personagens para produção de materiais jornalísticos.
Todas as mesas da programação do evento, realizadas no Auditório da ESPM, serão transmitidas em tempo real pelo canal do Youtube do Festival 3i. A programação pode ser conferida no site da instituição: festival3i.org.
O evento conta com o apoio de empresas como: Cenarium; Ford Foundation; Serrapilheira; Great; Internaional Fund (IF); Instituto de Tecnologia & Sociedade do Rio (ITS); Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor); CFPJor ESPM; ESPM; e Aos fatos. Além disso, o Google News Initiative, Luminate, ICFJ, JournalismAi, Pulitzer Center, Sembramedia e o Greenpeace são parceiros desta 6ª edição.
Ajor
A Associação de Jornalismo Digital, a Ajor, fomenta o campo jornalístico, fortalecendo suas associadas e defendendo uma imprensa mais livre, diversa e plural, com o objetivo de promover o Jornalismo de qualidade e de interesse público, a liberdade de expressão e de imprensa. Tem atua como centro de discussão para promover o fortalecimento institucional e financeiro das associadas, bem como presta apoios às associadas quanto à segurança jurídica e digital.

A Ajor foi fundada a partir da união de um grupo de organizações que promoviam juntas, desde 2017, o Festival 3i – Jornalismo Inovador, Inspirador e Independente. Entre 2017 e 2019, as duas edições nacionais e três edições regionais do festival receberam mais de 1.300 profissionais e estudantes, e alcançaram uma audiência online de mais de 140 mil pessoas.
Em 2020, com apoio do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, a partir de uma doação do Google, as organizações fundadoras do 3i iniciaram os debates sobre a necessidade de criar uma associação para defender não apenas seus interesses, mas fomentar e defender o campo do Jornalismo no Brasil. A Ajor foi fundada em 3 de maio de 2021, Dia Internacional da Liberdade de Imprensa.