Maior metrópole da Amazônia, Manaus sofre com deficiência no saneamento e acúmulo de lixeiras ‘viciadas’

 Maior metrópole da Amazônia, Manaus sofre com deficiência no saneamento e acúmulo de lixeiras ‘viciadas’

Resíduos despejados na orla do rio Negro, na Manaus Moderna, bairro Centro da capital amazonense. (Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)

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Marcela Leiros – Da Revista Cenarium
MANAUS – A maior metrópole da Amazônia, localizada no meio da floresta, sofre com problemas de desenvolvimento, infraestrutura e saneamento básico. Manaus, conhecida carinhosamente como “Paris dos Trópicos”, ainda é tomada por lixeiras “viciadas”, ou clandestinas, que se formam em pequenos becos e até mesmo em grandes avenidas. Sem ações efetivas de conscientização e sensibilização por parte da prefeitura, os pontos voltam a ficar cheios de lixo mesmo após a retirada dos resíduos.

Essa situação ocorre de um ponto a outro da cidade. Segundo a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), de abril até este mês, houve sensibilização a 588 lixeiras viciadas. Ou seja, quase 600 locais com despejo irregular de lixo na cidade foram identificados, em menos de um ano, atendidos pela secretaria.

Na avenida Beira Rio, bairro Coroado, zona Leste, uma via com cerca de 1,3 quilômetro de extensão que circunda um igarapé, o lixo produzido nas residências é despejado em vários pontos, onde ficam acumulados aguardando a retirada pela Semulsp. O “vício” dos moradores é antigo, conta o comerciante Carlos Ferreira*, que mora no local há mais de 30 anos.

“As pessoas se habituaram. São jogados os lixos em vários pontos da Beira Rio”, contou ele à CENARIUM. “Aqui toda noite passa a caçamba de lixo. Falta eles ajeitarem, colocarem uma lixeira. Nesse beco aí, o caminhão da prefeitura não entra, então o pessoal vem e joga o lixo acumulado aqui”, detalhou o morador do Coroado, que preferiu não ser identificado com medo de represálias.

Semulsp recolhe resíduos em lixeira “viciada” na avenida Beira Rio, bairro Coroado, zona Leste de Manaus. (Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)

População encontra solução
Do outro lado da cidade, na zona Centro-Oeste, os moradores encontraram uma solução para centralizar o lixo que ficava espalhado na orla do igarapé. Na extensa rua Independência, no bairro Alvorada, com quase um quilômetro de um lado ao outro, estruturas de alvenaria foram construídas pelos próprios moradores da área. No momento em que a CENARIUM estava no local, parte dos resíduos já havia sido retirados, mas era possível ver o que restou do lixo que é despejado na lixeira improvisada.

Atendimento pela Semulsp
Em resposta à reportagem, a Semulsp afirmou que a missão da secretaria “é impedir que o local seja um ponto irregular para o descarte, fazendo diariamente a coleta dos resíduos descartados ali, porém juntamente sensibilizando os moradores a não fazerem o descarte no local, e seguir as recomendações do descarte correto”.

“A Semulsp possui as equipes de educação ambiental, que desenvolvem trabalhos de abordagem (porta a porta) e junto aos líderes comunitários, levando informações a respeito dos 5Rs (Repensar, Reduzir, Recuperar, Reutilizar e Reciclar), de manejo, acondicionamento correto dos resíduos (Coleta Domiciliar e Seletiva) e horários correto para o descarte, conforme prevê a Lei Orgânica do Município de Manaus e o Decreto nº 2.184, de 14 de março de 2013 em se Art. 1º”, disse ainda.

Ainda de acordo com a secretaria, “esta sensibilização tem como objetivo minimizar as ‘lixeiras viciadas’ e ampliação da coleta seletiva em áreas de abrangência da mesma, conforme nosso relatório de atividades”.

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