Denúncia sobre Bolsonaro por crime contra a humanidade é recebida no Tribunal de Haia

Capa da REVISTA CENARIUM do mês de outubro/2021
Eduardo Figueiredo – Da Revista Cenarium
MANAUS — O Tribunal Penal Internacional (TPI) — criado para julgar pessoas que cometem crimes de alcance internacional — com sede em Haia, na Holanda, recebeu nessa quarta-feira, 9, o relatório da CPI da pandemia, que investigou durante seis meses a atuação do governo federal no combate à pandemia e acusa o presidente da República Jair Bolsonaro de crimes contra a humanidade. A CENARIUM adiantou, em capa de revista do mês de outubro/2021, as razões que levariam o presidente a ser julgado por atitudes tão graves, como explicamos mais abaixo.
A denúncia, baseada no relatório final enviado pela cúpula da CPI, aponta nove crimes cometidos por Jair Bolsonaro: prevaricação, charlatanismo, epidemia com resultado de morte, infração a medidas sanitárias preventivas, emprego irregular de verba pública, incitação ao crime, falsificação de documentos particulares, crime de responsabilidade e crimes contra a humanidade.
O presidente da CPI da Covid-19, senador amazonense Omar Aziz, confirmou que o relatório final foi aceito pelo Tribunal Penal Internacional e destacou que a partir de agora os procedimentos são sigilosos. “Mas apresentamos indícios de cometimento de nove crimes pelo presidente Jair Bolsonaro”, afirmou Aziz em uma rede social.

O senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI da pandemia, comemorou a aceitação do relatório final. “É mais um passo fundamental no combate à impunidade. O nosso trabalho continua e não iremos descansar até que a JUSTIÇA seja feita”, escreveu o senador em uma publicação no Instagram.

Capa de outubro
Na edição de outubro de 2021, a capa da REVISTA CENARIUM, intitulada “O presidente no Tribunal de Haia”, adiantou que, por experimentos realizados na Amazônia com o uso do chamado “Kit Covid” para tratamento do vírus, havia a possibilidade do presidente Jair Bolsonaro virar réu no Tribunal Internacional de Haia.

À época, o texto publicado pela CENARIUM destaca que, em setembro de 2021, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia permitiu uma abertura para investigação e descobriu que o uso do remédio, na verdade, não era só uma questão ideológica, mas, acima de tudo, econômica.
O medicamento tão defendido por Bolsonaro e seus aliados, segundo a CPI, faz parte de um acordo do governo federal com empresários.