CPI da Pandemia e a falta de atendimento a 40 mil servidores da Prefeitura de Manaus

 CPI da Pandemia e a falta de atendimento a 40 mil servidores da Prefeitura de Manaus

Na terça-feira, 4, a CPI da pandemia vai iniciar a coleta de depoimento de David Almeida (Dhyeizo Lemos/Semcom)

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Carolina Givoni – Da Revista Cenarium

MANAUS – Membros da bancada amazonense afirmaram nesta sexta-feira, 30, que elaboram um requerimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia no Congresso Nacional para investigar omissão do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), que suspendeu há quatro meses os atendimentos de Saúde a 40 mil segurados da ManausMed.

O caso ganhou repercussão nacional após a publicação da CENARIUM, que exibiu depoimentos de servidores e dependentes, que mesmo realizando pagamentos diretamente, por meio de descontos na folha de pagamento, foram desassistidos pelo plano de Saúde municipal durante o recrudescimento da pandemia na capital amazonense em janeiro deste ano.

Na próxima terça-feira, 4, a CPI da pandemia vai iniciar a coleta de depoimentos. Na ocasião, David Almeida e a secretária de Saúde de Manaus, Shádia Fraxe, devem esclarecer interrupções da aplicação da primeira dose da vacina contra Covid-19 na capital amazonense, fato que levou o Amazonas a cair para o 10º lugar no ranking da imunização nacional.

Repercussão nacional

Na última terça-feira, 27, o Correio Braziliense antecipou que o nome de Almeida está na pré-lista de eventuais convocados pelo colegiado para serem ouvidos como testemunha. Ainda em janeiro, o prefeito suspendeu o atendimento nos serviços de urgência e emergência de 40 mil servidores da prefeitura, medida que pode ter contribuído para agravar os casos de servidores e dependentes deles infectados pelo novo coronavírus, no período de janeiro a fevereiro deste ano. A informação dada em primeira mão pela REVISTA CENARIUM também foi repercutida pelo Correio Braziliense.

A secretária de Saúde da capital amazonense, Shádia Fraxe, em entrevista coletiva (João Viana/Secom)

Estocagem de oxigênio

Além disso, o prefeito de Manaus deve esclarecer um posicionamento concedido à imprensa local, onde afirmava saber previamente da alta na demanda por oxigênio em janeiro – mês marcado pela morte de pessoas por asfixia por falta do insumo hospitalar. Na gravação, David declara que a prefeitura estocou cilindros de oxigênio nas Unidades de Saúde da capital.David Almeida afirma que prefeitura soube com antecedência que poderia faltar oxigênio em Manaus (Reprodução/Portal Marcos Santos)

Fura-filas

Shádia Fraxe, apontada como uma das responsáveis pelo escândalo dos “fura-filas” da vacinação, além da imunização de correligionários que não estavam inclusos no grupo prioritário, também vai depor. A gestora municipal também foi imunizada e, à época, a Justiça Federal a proibiu de receber a segunda dose do imunizante.

Após repercussão nacional, David Almeida exonerou em fevereiro as irmãs Gabrielle e Isabelle Lins e mais cinco gerentes de projetos, depois de 25 dias da nomeação controversa, que resultou em uma determinação da juíza Jaiza Fraxe, da 1º Vara da Justiça Federal no Amazonas, que proibia o recebimento da segunda dose do imunizante para pessoas que furaram fila da vacina contra a Covid-19.

Kit Covid

Em janeiro, uma ordem do então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, era abastecer as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da Prefeitura de Manaus com o “Kit Covid”, um pacote composto com medicações como Ivermectina e Azitromicina. As medicações que têm sido defendidas pelo governo federal e distribuídas nas UBS da capital amazonense não têm eficácia comprovada no tratamento do coronavírus.

Outro lado

A equipe de reportagem da CENARIUM entrou em contato com a equipe de comunicação da Prefeitura de Manaus, que até o fechamento desta edição não havia se posicionado sobre o caso.

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