Em Manaus, Bolsonaro diz que divulgação de dados de desmatamento ‘pode prejudicar as relações internacionais do Brasil’

 Em Manaus, Bolsonaro diz que divulgação de dados de desmatamento ‘pode prejudicar as relações internacionais do Brasil’

Presidente Jair Bolsonaro em evento de escola em Manaus, no Amazonas. (Isac Nobrega / Agência O Globo)

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Paula Litaiff e Thaise Rocha – Para Jornal O Globo

Manaus — O presidente Jair Bolsonaro declarou que a região amazônica é a “mais rica do planeta Terra” e que pode ser a “alma econômica” do Brasil. A fala ocorreu durante uma homenagem que recebeu em um colégio militar em Manaus (AM), nesta quinta-feira.

“Ao casar desenvolvimento com preservação ambiental, nós seremos a alma econômica do Brasil. Aqui tem tudo para alavancar o País ao local de destaque que ele merece”, disse o presidente, para quem a Amazônia possui todos os recursos para elevar a economia brasileira: “Temos biodiversidade, riquezas minerais, água potável, grandes espaços vazios e áreas turísticas inimagináveis para alavancar nossa economia partindo daqui”.

O presidente disse ainda que “pede a Deus, além da humildade que possui, capacitação para conduzir o Brasil ao lado das pessoas maravilhosas” que compõem seu governo.

“Números exagerados”

Bolsonaro voltou a questionar os dados sobre desmatamento da Amazônia. Depois de criticar, na semana passada, os estudos divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que é vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, e questionar a atuação de seu diretor, Ricardo Magnus Osório Galvão, ele disse nesta quinta que dados sobre questões ambientais “por vezes mentem e são exagerados”.

“Nós duvidamos que os dados sejam verdadeiros. Essa decisão de checar os dados estão nas mãos dos ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e da Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes. Não temos medo das verdades. Dados jogados pra cima para fazer onda e oba-oba não procedem. Não podemos admitir isso”, afirmou.

E ainda a presença de integrantes de ONGs internacionais na estrutura governamental do Estado. Para o presidente, a divulgação de dados que apontam o crescimento do desmatamento da Amazônia pode prejudicar as relações internacionais do Brasil.

“Nós não podemos ter órgãos do governo, como ainda temos, aparelhados com pessoas que ainda têm fidelidade a ONGs internacionais. Então esses dados servem para alguém lá na ponta da linha ficar feliz e nos prejudicar nas relações que temos com o mundo. Estamos avançando no Mercosul, com os Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão”, finalizou.

Também presente na agenda por Manaus, o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi um dos primeiros a sair do local, depois de acenar com símbolo de “paz e amor” e evitar a imprensa.

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