‘Fizemos nossa parte’, diz Bolsonaro sobre crise do oxigênio no AM; presidente também defendeu tratamento precoce em entrevista

 ‘Fizemos nossa parte’, diz Bolsonaro sobre crise do oxigênio no AM; presidente também defendeu tratamento precoce em entrevista

O presidente Jair Bolsonaro em entrevista ao Jornal Nacional, na Rede Globo (Reprodução)

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Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em entrevista a um telejornal do Grupo Globo, nesta segunda-feira, 22, que o governo federal fez a sua parte durante a crise do oxigênio no Amazonas, em janeiro de 2021. O desabastecimento na rede hospitalar do Estado foi um dos fatores que levou ao indiciamento do presidente pela CPI da Covid no Senado. A declaração repercutiu, negativamente, nas redes sociais.

“Em menos de 48 horas estavam chegando cilindros em Manaus. O que aconteceu lá foi uma coisa atípica. Fizemos nossa parte, em Manaus. Não faltou da nossa parte recursos bilionários para governadores e prefeitos enfrentarem a Covid-19, construírem hospitais de campanha. Fizemos a nossa parte”, disse.

De acordo com documentos obtidos pelo Ministério Público, a falta do insumo causou a morte de, pelo menos, 31 pessoas, apenas em Manaus, nos dias 14 e 15 de janeiro. Além da crise no Estado, Bolsonaro também foi questionado pelos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos sobre ter imitado pacientes de Covid-19 com falta de ar, ter usado dinheiro público para comprar medicamentos ineficazes contra a doença e ter desestimulado a vacinação.

“Nós compramos mais de 500 milhões de doses de vacina, só não se vacinou quem não quis. Em tempo mais rápido que nos outros países. A grande mídia desestimulou os médicos a fazerem o tratamento precoce, que isso é conhecido como liberdade do médico. Ameaçar caçar o registro de médico, isso foi errado durante a pandemia”, acrescentou Bolsonaro, afirmando, ainda, que “o lockdown serviu para atrapalhar a nossa economia e contaminar mais pessoas em casa”.

Redução do IPI

Em outro assunto que afeta o Amazonas, Bolsonaro afirmou que entre os feitos de seu governo, no tocante à economia, está a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), em 35%, que afeta a Zona Franca de Manaus (ZFM). O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes suspendeu, no último dia 8 de agosto, os efeitos de parte do decreto.

“E nós fizemos muita coisa no Brasil, atendemos a todas as camadas da sociedade. Só agora, na questão do IPI, a proposta do Paulo Guedes, que está parada no Supremo Tribunal Federal, nós pretendemos diminuir impostos de quatro mil produtos em 35%. A proposta parou no Supremo Tribunal Federal”, disse.

Na prática, Moraes determinou que a redução, editada no fim de julho, não vale para “produtos produzidos pelas indústrias da Zona Franca de Manaus que possuem o Processo Produtivo Básico”. Pela legislação, mercadorias que possuem o “Processo Produtivo Básico” são aquelas que passam por um conjunto mínimo de operações na fábrica e, por isso, são consideradas “efetivamente industrializadas” no Brasil. Isso significa que elas não são apenas montadas, no País, a partir de peças importadas.

Na Zona Franca de Manaus, produtos fabricados de acordo com este modelo contam com incentivos fiscais. As ações em tramitação, no Supremo Tribunal Federal, afirmam que, ao conceder incentivo fiscal às fábricas das outras regiões, o governo estava retirando competitividade das empresas da Zona Franca.

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